quarta-feira, 29 de julho de 2015

Vitrola Verde entrevista Percy Weiss

Entrevista histórica com o ex-integrante do Patrulha do Espaço, Made in Brazil e outros.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Caio Corsalette & Dollar Furado - A História da Estrada Longa [2011]

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Caio Corsalette, músico e compositor, estreou seu Country Rock no disco "A História da Estrada Longa", de 2011. Acompanhado da banda Dollar Furado, criou canções densas e ao mesmo tempo simples, num clima original que o faz transitar tanto em redutos roqueiros quanto em festas de peão.

Nascido em Santo Anastácio, no extremo oeste paulista, subiu no palco pela primeira vez aos 8 anos como baterista de bandas de rock do interior. Aos 20 e poucos, absorveu a cena folk durante um auto exílio em Nova York. Daí em diante, com o violão na mão, criou o Dollar Furado.

Elogiado pela crítica, seu disco de estréia, "A História da Estrada Longa", foi gravado no lendário estúdio Toca do Bandido e lançado em 2011 pela gravadora Coqueiro Verde Records.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Beach Combers - Ninguém Segura Os Beach Combers [2012]

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Por Guto Jimenez no Rock Press

Imagine você uma banda que toca o fino da surf music instrumental com uma pegada bastante psicodélica, e que não se prende aos esquemas normais de shows pra divulgar o seu trabalho. Assim são os Beach Combers, que nos seus 5 anos de estrada vem produzindo e tocando alguns dos mais criativos petardos musicais dos últimos tempos. É como se você misturasse os Del-Tones com os Sonics e colocasse umas pitadas generosas de Trashmen na receita musical do grupo, e ainda por cima desse uma roupagem mais moderna ao resultado musical – ou seja, algumas das melhores e mais sujas referências do estilo vindas dos anos 60 com uma cara bem moderna.

Formada por Bernar Gomma (guitarra), Guzz The Fuzz (baixo) e Lucas Leão (bateria), a banda já tem um extenso currículo de shows realizados por todo o Brasil, não só em apresentações solos como também abrindo pra bandas mais conhecidas. Recentemente, quase estufaram a lona do mítico Circo Voador (RJ) ao aquecerem o público pros shows de Autoramas + BNegão e Plebe Rude; os caras colocaram o povo pra dançar e pogar, dando o tom exato necessário pra noite de ótimos shows. No entanto, essa apresentação numa casa de maior porte em terras cariocas não tem sido uma constante na carreira dos caras, muito mais pela falta de espaços pra shows no Rio do que pela boa aceitação que a banda tem onde quer que se apresente.

Não que isso seja um obstáculo, muito pelo contrário... De uns tempos pra cá, os Beach Combers tem sido vistos tocando nas mais variadas praças e espaços públicos ao redor da cidade; seja no Largo do Machado, na Praça XV ou no Largo da Carioca, os caras montam seus equipamentos nos seus PAs alimentados por um gerador próprio, afinam os instrumentos e mandam bala! É isso mesmo que você entendeu, a banda toca nas ruas pra quem quiser ouvir (e contribuir com algum dimdim, é claro), levando o seu trabalho a um público cada vez mais variado e inesperado.

A autogestão da carreira e das músicas é outra característica da banda, já que eles produzem e lançam os discos através de seu estúdio-escritório chamado Coletivo Machina. Da Lapa para o mundo, os caras já lançaram três discos até agora: 

- Beach Combers, o primeiro EP lançado em 2010;

- Na Brasa – Volume 1, um web-album lançado em 2011 com 13 excelentes versões instrumentais de músicas da época da Jovem Guarda, incluindo clássicos de Roberto Carlos, Ronnie Von e até um cover do Júpiter Maçã;

- Ninguém Segura Os Beach Combers (2012), álbum com dez temas inéditos que foi prensado em vinil na Alemanha.

Donos de um estilo musical que agrada aos mais variados estilos, os caras estão vendo os seus trabalhos atingindo a uma galera espalhada por cada vez mais lugares ao redor do mundo, sendo bastante considerados da Argentina à Europa. Cada vez mais gente os segue nas redes sociais, que são utilizadas pra avisar dos locais e horários dos shows realizados nas ruas do Rio de Janeiro. Até a grande mídia já está de olho neles, que já protagonizaram algumas matérias que enfocavam seu estilo sonoro e a coragem pra se apresentarem em espaços públicos.

Criatividade, boas músicas, identidade visual e muita disposição pra encarar o que tiver de ser – ninguém segura os caras!


domingo, 26 de julho de 2015

The Mullet Monster Mafia - Dogs of the Seas [2011]

Link oficial  320kbps ou FLAC



Formado no final de 2008 na cidade de Piracicaba/SP, o quarteto TMMMafia é composto pela tríade: guitarra, baixo e bateria, e recebe o apoio marcante das melodias de um competente trompete, que traz à banda uma peculiaridade inovadora. 

Seu primeiro álbum foi aclamado como um dos 10 melhores discos lançados no ano de 2009, o que lhes rendeu a participação em shows por diversos estados e participação em importantes festivais do Brasil, como o Abril Pro Rock (Recife), Red Foot Stomp (Londrina), PCMS (Belo Horizonte), Psycho Carnival (Curitiba/PR), PIB (São Paulo/SP), dentre outros. 

Seu segundo registro, intitulado "Dogs of the Seas" rompeu as fronteiras do país, levando a música do quarteto até a Europa, onde realizaram uma tour por Holanda, França, Bélgica e Alemanha em Outubro/2011. Surf Music contemporânea e melodias latinas, aliadas as linhas rápidas do instrumento de sopro dão o tom da batida do The Mullet Monster Mafia.


sábado, 25 de julho de 2015

Intóxicos - Vila Velha Todo Dia [2015]

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Banda de surf music instrumental, oriunda de Vila Velha/ES.

1. Sharks
2. Invasion
3. Miagui Beach
4. Trampolim da Morte
5. The Fall and Rise of Joe Candle
6. Tony Dag
7. Intóxicos
8. Vila Velha


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Autoramas - Rrrrrrrrock! [2005]

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Por Anderson Nascimento no Galeria Musical

A discografia dos Autoramas é repleta de compactos em vinil, participações em coletâneas, discos divididos com outros artistas (splits) e lançamentos gringos. Este álbum é a coletânea oficial da banda, lançada pela gravadora Monstro, que apresenta, além dos sucessos, gravações raras da primeira demotape, dos compactos e a gravação de "Autodestruição" ao vivo no Rio de Janeiro.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Che - Sexy 70 [2004]

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Inspirado na postagem Porn Soundtracks - The X-Rated Music do colega Javanes no blog Valvulado.


Por Tribuna do Norte

Quando adolescente, 12 ou 13 anos, Alexandre Caparroz se escondia todas as sextas-feiras, às 23 horas em ponto, para sintonizar na TV Record. Sem som - para não ser descoberto pela mãe e as irmãs - ele assistia à sessão Sala Especial. Agora, é curioso que a homenagem do músico e produtor à seleção de filmes safadinhos, ingênuos e, por que não?, transgressores seja justamente uma trilha sonora fictícia para as chamadas pornochanchadas -Sexy 70 (YB Music).

Música que ouviu baixinho, mas que marcou - não só ele, mas toda a geração. Lá pelo início dos anos 80, ditadura ainda de pé, deusas como Helena Ramos, Matilde Mastrangi, Aldine Muller e Vera Gimenez desfilavam na TV de calcinha e sutiã em filmes que começaram a ser produzidos na década de 70. Entre beijos e provocações de galãs heavy metal como Paulo César Peréio, Raul Cortez e Nuno Leal Maia, se deixava ver um seio - um de cada vez, a mando dos censores; e um naco de bunda - ela toda, jamais.

Mas valia a pena: na segunda-feira, o filme apresentado na Sala Especial era o assunto que dominava as rodinhas dos meninos nas escolas por aí. "Era uma semana inteira esperando para ver pelo menos um peito", lembra Caparroz, o Che. "Naquela época, não tínhamos videocassete. Então, tudo era totalmente restrito à TV aberta e não havia nada parecido com a Sala Especial. Hoje em dia, tem peito fácil, no horário nobre."

De início, a idéia de Che era fazer uma pesquisa e regravar as músicas originais dos filmes. "Descobri que não havia fonogramas, as músicas só estavam nos filmes, não foram gravadas numa trilha sonora, como a gente vê hoje", explica. "E os filmes não tinham temas musicais muito definidos, era tudo meio desordenado. Não é como somos acostumados hoje. Dá a impressão de que as músicas eram feitas às pressas, ainda que muitas tenham qualidade."

Se era impossível resgatar a trilha original, Che partiu para a ficção. E com Mulher Objeto (de Silvio de Abreu, 1981) na cabeça, o seu preferido, recriou o clima musical dos filmes com capricho. "Aquela sonoridade dos filmes era muito específica da época, por causa dos instrumentos, da evolução tecnológica. Eram os tempos dos pianos elétricos, se usava muito órgão, arranjos ainda muito orquestrados", observa Che.

"E as trilhas das pornochanchadas se inspiravam muito nas comédias italianas, (Henry) Mancini, por exemplo."

Em Sexy 70 - que tem o hilariante subtítulo Music Inspired by The Brazilian Movies of the 1970's - Che toca praticamente todos os instrumentos. E de um jeito retrô autêntico, traz de volta o pai do easy listening, do lounge. Música boa de ouvir e trilha perfeita para certas ocasiões, digamos, especiais.

"Como não sou da música eletrônica, tentei fazer o mais acústico possível", diz. "O disco é bastante tocado, usei poucos samples, só alguns timbres."

O disco é todo instrumental, mas tem as participações arrasadoras de Helena Ramos e Peréio, que entram com textos rasgados, despudorados - e alguns gemidos, claro.

Ela, ainda com voz de veludo, sussurra na apresentação das 17 faixas: "Sexy 70, o seu prazer é nosso". Os textos, à moda dos filmes, foram criados por Che. "Sobe aí, que eu te levo para tomar um sorvete", provoca Peréio. Os nomes das músicas são títulos de pornochanchadas - Mulher Objeto - ou inspirados nelas - Um Grapete Antes, Um Cigarro Depois, homenagem a Um Uísque Antes, Um Cigarro Depois.

Criada na Boca do Lixo - onde hoje está instalada a "cracolândia", no centro de São Paulo -, a pornochanchada foi mais do que enxovalhada pelos intelectuais de plantão. Mesmo sob protestos e o olhar atento dos censores da ditadura, conseguiu produzir uns 600 títulos, que mesclavam picardia, peitinhos (sem silicone) e boa dose de humor para contar histórias de adultério, amor, loucuras mil. Comparados aos pornôs de hoje, soam ingênuos.

"Genitália, nem pensar. Bunda não podia aparecer inteira. Mas a gente contornava a legislação - e os filmes tinham muito tesão", lembra Peréio. "A Embrafilme era muito voltada para o Rio e não distribuía os filmes. Aqueles filmes eram muito rejeitados por serem feitos em São Paulo."

Modelito à la cafajeste, com bigodão descaradamente falso, Che prepara agora os shows do disco. Terá banda e três músicas cantadas - Rio Babilônia já é certa. "A proposta vale por causa do humor mesmo. Não tinha pretensões comerciais, fiz pelos amigos", diz. "Para quem tem mais de 30 anos, fica essa lembrança."


1.Intro/A jeitosa do morro
2.Helena x Aldine
3.A babilônia de David
4.Desejos ardentes
5.Vinheta
6.Pixoxó em lua de mel
7.Vera, a diaba loira
8.Simplesmente Glória
9.Mulher objeto
10.Um Grapete antes, um cigarro depois
11.O eterno pecado horizontal
12.Suite para Peréio
13.Sala especial
14.Tá tudo errado porra!
15.Pixoxó remix
16.Babilônia dub version
17.Ainda te pego (bônus track)

terça-feira, 21 de julho de 2015

Super Stereo Surf - Antes do baile [2009]

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Toda cidade que se preze tem ao menos uma banda de surf music. Em Brasília, a mais conhecida é a Super Stereo Surf, quarteto instrumental que nomeia todas as suas músicas a partir de títulos de filmes como "Curtindo a vida adoidado", "Te pego lá fora" e "Corra Lola Corra". E é aí, no principal diferencial da banda, que está seu maior risco: ao utilizar o cinema como fonte de inspiração para nomear suas músicas a banda avança em território muitas vezes já preenchido pelas relações do ouvinte com os filmes citados. Quando você se depara com uma música chamada "Curtindo a vida adoidado", já tem uma imagem mental do que esperar e, dependendo de seu grau de afinidade com o clássico de John Landis, suas expectativas podem ser extremamente altas.

Tendo isso em mente, a melhor forma de escutar Antes do baile, CD do Super Stereo Surf lançado pela Monstro Discos em 2009, é abandonar a bela capa digipack (cortesia de Gabriel Góes) com os títulos das músicas e simplesmente apreciar o indefectível clima de diversão despretensiosa que permeia o álbum. Feito isso, você evita a descoberta de que uma música que lhe lembre A Pantera Cor-de-Rosa se chame, na verdade, "Taxi Driver".

Indicado para:
Quem não acha que surf music é uma mesma música repetida com pequenas alterações (ou para quem até acha isso, mas não se importa)

Comece a audição por:
"A balada do pistoleiro" / "Luar sobre parador" / "Curtindo a vida adoidado"

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Retrofoguetes - Ativar Retrofoguetes! [2004]

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Por Fernando Rosa no Senhor F

A banda baiana Retrofoguetes surgiu após o fim dos geniais The Dead Billies, contando com sua parte instrumental - Joe (baixo), substituido por CH, Rex (bateria) e Morotó (guitarra), menos o vocalista Moskabilly que tinha saído em carreira solo. Ativar Retrofoguetes! foi o disco de estréia da nova banda, lançado pelo selo goiano Monstro Discos, em 2004, com grande repercussão junto à mídia nacional e, claro, à emergente cena independente.

Gravado em 2003, no Estúdio T, em Salvador, o disco tinha produção de André T. e Nancyta, e trazia 18 faixas de autoria da banda e um cover. O álbum foi indicado ao Prêmio Claro de Música na categoria Melhor Disco de Música Instrumental de 2004, em especial pelo trabalho sensacional do guitarrista Morotó. O disco trazia quatro faixas do EP Protótipo de Demonstração nº 1, lançado em 2002, logo após o fim dos Dead Billies.

Além da sonoridade instro-surf e da qualidade autoral e instrumental, contribuía para o sucesso do álbum a temática voltada para a ficção científica. Ao longo do disco, a banda viaja por filmes de ficção científica, seriados japoneses (origem do nome da banda e do disco), mas também por temas mexicanos e outros gêneros. Um clássico do rock instrumental brasileiro e, talvez, a principal obra de um dos mais importantes guitarristas do Brasil moderno.

domingo, 19 de julho de 2015

Molho Negro - Lobo [2014]

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O “Molho” é um tempero pulsante e rasgante regado a garage-rock e o segundo álbum da banda paraense traz uma série de canções que mostram o rock’n’roll direto do grupo aliado a letras sarcásticas com nomes como “Black Rebel Marambaia Club”, “Fã do Nirvana” e “Pica de Carro”. É como eles mesmos descrevem: Nada de rock cabeça. O negócio aqui é o melhor do estilo, na linha dos pioneiros como Chuck Berry e Little Richards… sem mais.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Fica Comigo Essa Noite [2010]

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Adaptação livre da peça homônima escrita por Flávio de Souza, o filme de João Falcão conta a história de amor entre Edu, músico e vendedor de gibis e Laura. Para conquistá-la ele a convida para um show de sua banda, 171 e lá os dois começam a namorar. Músicas de Robertinho de Recife.


1. Abertura dos mistérios  (Robertinho de Recife)
2. Fica comigo essa noite/Passagem dos sonhos (Adelino Moreira, Nelson Gonçalves, Robertinho de Recife)
3. Briga de rua (Robertinho de Recife)
4. Misterium tremendus (Robertinho de Recife)
5. Comuniom mortus (Robertinho de Recife)
6. Você e o seu amor (Robertinho de Recife)
7. Dé-jà-vu I/Dé-jà-vu II - Clarice (João Falcão, Robertinho de Recife)
8. Fica comigo esta noite (instrumental) (Adelino Moreira, Nelson Gonçalves)
9. Guitarra quebrada
10. Incorporium
11. Tema dona Mariana
12. Fica comigo esta noite (instrumental Bandoneon)  (Adelino Moreira, Nelson Gonçalves)
13. Felizes para sempre (Robertinho de Recife)
14. Suspense no ar (Robertinho de Recife)
15. Fala descarrego (Robertinho de Recife)
16. Spiritum (Robertinho de Recife)
17. Mambo mambo (Robertinho de Recife)

terça-feira, 14 de julho de 2015

André Christovam - Banzo [2002]

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Do site oficial André Christovam

“Banzo”, vai desconcertar os que vêem o blues como uma música repetitiva, aprisionada em doze compassos e acorrentada aos clichês dos mestres do passado. “Banzo” faz a comunhão do blues com o samba, a world music, a MPB.

Heresia? Lá fora, quem desbrava novos caminhos para esse gênero centenário é considerado ousado e até visionário. O blues já soube fundir-se a gêneros tão diversos como jazz, rock, tecno, reggae, hip hop, música árabe e africana, por que recusar a influência da música brasileira, uma das mais ricas do mundo? “Era uma evolução lógica”, afirma André.

Seria mais fácil fazer um bom disco de covers, tocando clássicos que os fãs de blues conhecem e apreciam, sem correr riscos, sem precisar queimar a pestana. “Banzo”, ao contrário, é um disco autoral, com as qualidades e defeitos de quem não se acomoda, pesquisando e experimentando incansavelmente. 

As composições, todas de autoria de André, trazem de volta a verve poética que fez de canções como “Genuíno Pedaço do Cristo, Confortável”, Dados Chumbados e “So Long Boemia” (faixas de “Mandinga”) alguns dos maiores clássicos do blues nacional.

domingo, 12 de julho de 2015

Edson Alves - Preamar [1988]

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Edson Alves é um músico talentoso. Baixista da Banda Mantiqueira e guitarrista da Orquestra Jazz Sinfônica. Ele é compositor, arranjador e instrumentista. Toca violão, viola, guitarra, contrabaixo, flautas, entre outros. Neste disco instrumental de 1988 a gente pode comprovar isso, através das 10 belíssimas faixas. As composições são todas de sua autoria, exceto “Chão De Estrelas” (Orestes Barbosa – Sílvio Caldas) que aqui ganha uma nova roupagem num duo de violão e flauta. Um disco verdadeiramente bonito. Confira mais este toque.


1. Bem Você (Edson José Alves)
2. Samba Pro Gudin (Edson José Alves)
3. Preamar (Edson José Alves)
4. Toró (Edson José Alves)
5. Icaraí (Edson José Alves)
6. Bosque Dos Jequitibás (Laércio de Freitas)
7. Valsa I Pra Jucy (Edson José Alves)
8. Zunêga (Edson José Alves – Vera Coutinho)
9. Chão De Estrelas (Orestes Barbosa – Sílvio Caldas)
10. Sai Da Minha Parede, Jacaré (Edson José Alves – Messias Santo Júnior)

sábado, 11 de julho de 2015

Vitrola Verde entrevista Charles Gavin

Episódios 61, 62, e 63 do programa Vitrola Verde em que consta a entrevista com Charles Gavin.

Direção de Cesar Gavin.





Alfredo Paixão - World Rhythm [1994]

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O baixista e vocalista, nascido no Rio de Janeiro vem de uma família de músicos e começou a tocar sete anos.

Em 1974, com apenas 12 anos, formasse em violão clássico na Escola de Música de Brasília, entrando imediatamente para o ambiente da música popular brasileira e acompanhando seu pai por muitos anos, conhecido saxofonista. Na época, os seus pontos de referência foram: Elis Regina, Cesar Camargo Mariano, Francis Hime, Dori Caymmi, Ivan Lins.

Suas raízes estão nos ritmos tradicionais: seu tio é Moacir Santos, um dos maiores mestres da música popular brasileira, que lhe ensinou a ler notas. Em os EUA, no entanto, Paixão aprofunda sua formação musical e profissional, freqüentando aulas particulares de Bunny Brunnel e Mick Goodrick.

Ele já ganhou vários prêmios Grammy e em suas colaborações tem sido ao lado de nomes como Julio Iglesias, Ricky Martin, Liza Minelli, Henry Salvador, Justo Almario, Alex Acuna (Caldera), Joe Heredia, Eddie del Barrio Alejandro Sanz, Laura Pausini, Pino Daniele (12 álbuns gravados com ele), Fiorella Mannoia.

Depois de uma longa carreira no pop, Alfredo Paixão decidiu dedicar-se ao seu verdadeiro amor, jazz, atuando em formações de trio e quarteto em que é líder.

"World Rhythm", "Ogum", "Outra vez", "Fala Baixo", "Rodamoinho" são alguns de seus registros como um líder.

Em seu mais recente projecto "Little Lies", Alfredo revela ao público o seu profundo amor pelo jazz. A fonte de inspiração é a improvisação, da maneira mais natural para desenvolver idéias novas e excitantes.

Neste projeto que incluem dois dos mais talentosos músicos em cena o jazz: Ettore Crucci no piano e Enrico Morello na bateria, criando um trio que toca música de rara beleza.
Como convidado especial, Alfredo escolheu Mike Moreno, hoje considerado um dos melhores guitarristas do mundo.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Heraldo do Monte - Cordas Vivas [1983]

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“Cordas Vivas” é um álbum muito bonito, a começar pela capa ilustrada com a pintura do artista plástico Michinori Inagaki. Tinha que ser, afinal um disco do Heraldo merece uma capa a altura de sua música, ainda mais neste disco onde temos a participação especial do ‘Mago do Som’, Hermeto Pascoal e do não menos mágico Edson José Alves que segura no ‘ovation’ da primeira à última faixa do lp. A música de Heraldo do Monte é recheada de sotaques nordestinos e ao mesmo tempo é universal. Não tem como errar. Não há como desagradar, é mesmo linda. O álbum traz apenas Heraldo, Edson, Hermeto (em duas faixas) e Pernambuco no triângulo e percussão. É difícil, para mim, destacar esta ou aquele música. Posso dizer com certeza, “Cordas Vivas” é um disco bom de cabo a rabo. Confiram aí…


1 Caboclo elétrico (Heraldo do Monte)
2 Mordida de abelha (Heraldo do Monte)
3 Moreneide (Heraldo do Monte)
4 Valsa pra Tutuca (Heraldo do Monte)
5 Mareado (Heraldo do Monte)
6 Esperando a feijoada (Heraldo do Monte)
7 Pingo a pingo (Heraldo do Monte)
8 Coisa de lá (Heraldo do Monte)
9 Teia de aranha (Heraldo do Monte)
10 Um cantinho e dois violões (Heraldo do Monte)
11 Fugidinha pro D'Álma (Heraldo do Monte)
12 Giselle (Heraldo do Monte)
13 Lágrima nordestina (Heraldo do Monte)
14 Dois na brincadeira (Heraldo do Monte)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Victor Biglione - Baleia Azul [1987]

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Por Mauricio Paulozzi  no Paulozzi, Rock & Blues

Guitarrista argentino radicado no Brasil, foi integrante do conjunto A Cor do Som no início da década de 80. Mais tarde tocou ao lado de Ivan Lins, Emílio Santiago, Marcos Valle, Marina, Fátima Guedes, Sergio Mendes, Gal Costa, Wagner Tiso. Consagrado como guitarrista principalmente de jazz e fusion, lançou o primeiro disco individual, "Victor Biglione", em 1986. Atuando também como compositor, desenvolveu trabalho ao lado do pianista Marcos Ariel, que resultou no disco "Duo Volume I" em 1994, depois do sexto disco solo de Biglione. Tocou também ao lado de Andy Summers, ex-guitarrista do grupo The Police, e desse trabalhou resultou o disco "Strings of Desire", de 1998. Além de várias participações em show e discos, compôs em 1996 a trilha sonora do filme "Como Nascem os Anjos".


1. Marrakech (Victor Biglione)
2. Rumo Certo- (The Right Track) (Victor Biglione)
3. Za Tum (Victor Biglione)
4. Baleia Azul (Blue Whale) (Victor Biglione)
5. Invitation (Bronislaw Kaper/Paul Webster)
6. 193 Acacias (Victor Biglione)
7. Fim de Estacao (End of the Season) (Victor Biglione)

André Tendetta - bateria (1,2,3,5,6,7)
João Baptista - baixo elétrico (1,2,3,6,7)
José Lourenço -clados te (1,2,3,4,5,6,7), sitentizador (4,5)
Victor Biglione - guitarra (1,2,3,4,5,6,7), violão (4)
Zé Nogueira - sax soprano (1,2,3,4), teclados (2,3,4,5,7), sintetizador (2,3,4,5,6,7)
Armando Marçal - percussão (2,3,6)
Chico Batera - percussão (2,3,6)
Nico Assumpção - baixo elétrico (5)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Egberto Gismonti - Trem Caipira [1985]

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Egberto Gismonti é um dos grandes virtuoses da música popular brasileira, tendo estudado piano, violão, clarinete, flauta e música dodecafônica, além de flertar com os mais diversos estilos: do jazz à música erudita contemporânea à música eletrônica.

Em Trem Caipira, Egberto recria composições de Heitor Villa-Lobos buscando, mais do que apenas interpretá-las a sua maneira, inseri-las num contexto diferente, experimentando com diversos estilos e instrumentos.

A instrumentação inclui samples, 13 tipos diferentes de sintetizadores, instrumentos regionais, flauta, sax, violoncelo (pelo grande Jacques Morelembaum) e uma orquestra. Destaque para o quase synthpop de Cantiga e para as belíssimas interpretações de Bachiana No.5 e Prelúdio.

1. O Trenzinho Do Caipira
2. Dansa
3. Bachiana No.5
4. Desejo
5. Cantiga
6. Canção do Carreiro
7. Prelúdio
8. Pobre Cega

Nivaldo Correa – Saxofone Soprano
Bernard Wistraete – Flautas
Jacques Morelembaum – Violoncelo
Gungao – Kalimba
Pita Filomena – Assoviador
Alexandre do Bico – Flautinha do Chaplin
Ge Mima – Xilofone
Bibi Roca – Bateria
Orquestra Transarmonica D’Amla de Omrac

terça-feira, 7 de julho de 2015

Egberto Gismonti - Dança das Cabeças [1977]

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Egberto Gismonti (1947): DANÇA DAS CABEÇAS (1977) com Naná Vanconcelos (1944) – REVALIDADO
Por Ranulfus no P. Q. P Bach

Isto é música popular? Experimente tocar ali na quermesse.

É jazz? Bem, é evidente que recebeu influência, mas quem no século 20 não recebeu? E nos trechos em piano solo também é evidente a influência de Chopin.

É clássico? O site da Amazon diz que sim. Mas conheço gente que certamente torceira o nariz diante dessa afirmação.

Afinal, o que é que faz determinada música ser “clássica” ou “erudita”? Evidentemente não pode ser a ausência de melodias cantáveis, a ausência de texto, a ausência ou pouca importância da percussão ou de determinadas instrumentações, e até mesmo ausência de vulgaridade ou banalidade… pois cada uma dessas “ausências” é contradita por abundância de presenças no repertório estabelecido.

Para muitos, “clássico” equivale, mesmo que sem consciência disso, a “em formas, escalas e instrumentações de origem européia”. Donde considerarem clássicas, p.ex., as valsas dos dois Johann Strauss, quando para mim são evidentemente música popular em arranjos para poderosos.

Não estou dizendo que são inferiores por serem populares, nem que não caibam num blog como este. As danças compostas e/ou publicadas pelo Pretorius, do século 16, também são música popular em bons arranjos, e seria uma pena não tê-las aqui!

Para mim, o “clássico” ou “erudito” se refere ao grau de complexidade da elaboração na dimensão “forma”, e/ou de libertação em relação às duas fontes primárias da música (a dança e a declamação expressiva) na direção de uma música-pela-música. E nesse sentido encontramos “clássico” em muitas tradições totalmente autônomas da européia: chinesa, indiana, mandê (da qual postei aqui o lindo exemplo que é TOUMANI DIABATÉ), e também em outras que recebem maior ou menor medida de influxo da tradição européia, mas o incorporam em formas produzidas com total autonomia em relação a essa tradição.

O Brasil talvez seja a maior usina mundial da produção deste último tipo de música – mas não me refiro a nenhum dos nossos compositores normalmente identificados como “clássicos” ou “eruditos”: nem a Villa-Lobos, nem a Camargo Guarnieri, nem a Almeida Prado, ninguém desses: todos eles trabalham fundamentalmente com a herança das matrizes formais européias. O que não os desqualifica, não se trata disso!

Trata-se, ao contrário, de qualificar música que às vezes é tida como de segunda, quando é de primeiríssima. E é nesse sentido que já postei aqui o balé “Z” de GILBERTO GIL, que recomendo com ênfase o pouco postado e o muito por postar de MARLUI MIRANDA e do grupo UAKTI… e que posto agora este outro, que foi um dos discos de maior impacto no mundo em 1977-78.

Pra deixar claro o que não quero dizer, acho pretensioso e chato a maior parte do que o Egberto fez depois. Com exceção de momentos geniais em Nó Caipira e em Sol do Meio Dia, quase tudo em que ele meteu orquestra se afastou do conceito de “clássico” que estou usando aqui. Estereotipou. E portanto banalizou.

Mas Dança das Cabeças não tem nada de esterotipado: Dança das Cabeças foi fundador. Se você já ouviu coisa parecida, veio depois, e bebeu daí. Para mim, um dos discos mais importantes do último terço do século 20, independente de categorias.

Ou seja: um clássico.

Egberto Gismonti: Dança das Cabeças - gravado em Oslo em nov. 1976
Egberto Gismonti: violão de 8 cordas, piano, flautas e outras madeiras étnicas, voz
Naná Vasconcelos: berimbau, percussão instrumental e corporal, voz



01 Part I 25:15
– Quarto Mundo #1 (E. Gismonti)
– Dança das Cabeças (E. Gismonti)
– Águas Luminosas (D. Bressane)
– Celebração de Núpcias (E. Gismonti)
– Porta Encantada (E. Gismonti)
– Quarto Mundo #2 (E. Gismonti)

02 Part II 24:30
– Tango (E. Gismonti/G.E.Carneiro)
– Bambuzal (E. Gismonti)
– Fé Cega, Faca Amolada (M.Nascimento/R.Bastos)
– Dança Solitária

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Macaco Bong - Macumba Afrocinética [2015]

Link oficial 320 kbps


Por Carlos Eduardo Lima no Monkey Buzz

Bandas que se reinventam sempre contam com nossa simpatia. Macumba Afrocinética, terceiro álbum de Macaco Bong, é um nítido corte na trajetória do grupo e um aceno generoso a novos caminhos dentro da proposta de empreender jornadas pelos caminhos da música instrumental. A mudança é tão grande que estão suspensas as canções enormes e viajantes, devidamente substituídas por curtas e grossas composições com espectro sonoro totalmente voltado para os anos 1990. É escuro, é sombrio e é dançante, tudo ao mesmo tempo.

O guitarrista e cérebro do Macaco, Bruno Kayapy, que também produz o álbum, pensou num trabalho que não tivesse guitarra. É claro, isso não é novo no Rock e sempre significará um desafio em termos de criatividade e arranjos com poder de fogo suficiente para compensar a falta de colorido e possibilidades que as seis cordas eletrificadas podem significar. A exemplo de formações como Morphine, sensacional grupo dos anos 1990 que substituía guitarra por saxofones envenenados, Kayapy encontrou no baixo a resposta para o buraco aberto. Turbinou com efeitos e pedais diversos, de modo a obter uma sonoridade mais adequada, ligou em amplificadores próprios para guitarra e produziu um Frankenstein de quatro cordas, que entrou em campo com pinta de campeão. Esse movimento, mais a chegada de Julio Cavalcanti (baixo e guitarra) e Daniel Fumega (bateria) marcam uma evolução do Macaco, com e sem trocadilho.

O grande atrativo desse trabalho é a rusticidade. Mesmo com menos de meia hora é possível ver a noite noventista em composições como #tapanapantera (sim, com hashtags) ou AFIRMATIVO (sim, em caixa alta), que evocam um tom sombrio e claustrofóbico, com alguma tonalidade herdada de demotapes esquecidas e amareladas de Nirvana ou ensaios perdidos e arquivados do já mencionado Morphine. O clima de rascunho destas composições casa bem com a feitura caseira do álbum, gravado num cubículo na casa de Kayapy em Cuiabá, terra natal dos sujeitos.

Além do baixo turbinado para fazer as vezes de guitarra, a sonoridade chega em bloco ao ouvinte nas primeiras canções do álbum, todas curtas, sem gorduras e exageros. A sexta faixa, que leva o título do disco, propõe um corte estético. Sai a sonoridade abafada e entra um timbre próximo de bateria eletrônica, turbinando uma levada Funk de branco, que poderia ser uma sobra de estúdio de Talking Heads e que serve como fio condutor para as duas composições que encerram o álbum, a inquietante William Bonger e a invocada Funk do Cuoco, também mantendo a tradição de nomes exóticos de músicas da banda.

Próximo do experimentalismo e longe do mimimi, Macaco Bong segue mais confundindo que explicando, inquieto e cheio de alternâncias. Se você gosta dos trabalhos anteriores dessa galera, prepare-se para passear longe da tal zona de conforto em Macumba Afrocimética. Você vai gostar.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Sabe Aquele Lanny? [2002]



Documentário de 2002 logo após o lançamento do primeiro trabalho autoral de Lanny Gordin, que é um dos guitarristas brasileiros mais talentosos de todos os tempos. Com depoimentos de músicos, de seu pai e do próprio Lanny, é reconstruída uma trajetória de sua carreira iniciada na adolescência, passando por comparações com Jimi Hendrix, por dificuldades provocadas pela esquizofrenia, até seu reencontro com os palcos.

Direção: Carolina Calanca e Juliana Fumero / Produção: Carolina Calanca
Depoentes: Arnaldo Antunes, Chico Cesar, Catalau, Carlos Calado, Luiz Calanca, Alan Gordin, Willy Werdager, Eduardo Araujo.

Acervo Baratos Afins.

Engenheiros do Hawaii - Ouça O Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém [1988]

Mega FLAC


Por Claudinei José de Oliveira no Whiplash

Em 1988 era lançado o 3º álbum de estúdio dos Engenheiros do Hawaii, consolidando os elementos que fariam eles serem definidos como "a banda mais amada/odiada do rock nacional".

Por estar entre os arrebatadores ( no sentido de aceitação pública) "A Revolta Dos Dândis" e "O Papa É Pop", "Ouça O Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém" sempre será um grande álbum subestimado dos Engenheiros do Hawaii.

Por causa da capa que, exceto pelas cores, fotos e alguns outros detalhes, possui o mesmo projeto gráfico, "Ouça O Que Eu Digo:..." é, erroneamente, visto como "mera sequência" ( o que, convenhamos, não é pouco!) do "A Revolta..."

Primeiro que, no sentido sonoro, o tom predominantemente "folk rock" do álbum anterior cede espaço a uma mescla de "hard rock", com ênfase em "riffs" distorcidos, e climas "floydianos" (remetendo à fase das trilhas sonoras "More" e "Obscured By Clouds", nas canções mais "suaves") oriundos da intersecção entre o acústico e o sintetizado. A belíssima "Cidade Em Chamas" possui andamento e solos que remetem ao trabalho da banda Iron Maiden.

Além da arte gráfica remeter ao trabalho anterior, "A Verdade A Ver Navios" cita, como música incidental, os "riffs" de "Terra De Gigantes" e "Vozes", do referido trabalho.

Depois, o mesmo processo pode ser observado nas letras, onde os versos, muito antes da "era digital", começam a estabelecer "links" com os outros trabalhos da banda. Esta espécie de "auto-referência" ( ou "auto-indulgência", como preferem os detratores) iria custar aos Engenheiros o fim de sua lua-de-mel (sim, ela existiu!) com a crítica especializada, que não perdoou tais "exercícios de arrogância" (como se em algum momento tal perdão tivesse alguma importância para a banda): "As chances estão contra nós/ Mas nós estamos por aí...".
Capa "desfigurada" do CD

Ainda, no sentido das letras, pode-se perceber um sutil desvio de foco em relação à temática do "A Revolta Dos Dândis". Enquanto, neste, as letras levavam a uma "viagem invernal" ( bem ao estilo da ascendência cultural germânica de Gessinger, o letrista), pelas dúvidas e dilemas existenciais do indivíduo em sua solidão, em "Ouça O Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém", tal viagem contempla as "paisagens" do indivíduo ainda em sua solidão, porém enquanto ser social. Talvez nem tenha havido a intenção, mas o próprio "aforismo" que batiza o álbum remete a um outro, utilizado por Friedrich Nietzsche, o filósofo ( também) alemão intransigente com as fraquezas do espírito humano: "Queres seguir-me? Siga-te."

Quando, nos anos 1990, o álbum originalmente lançado em vinil, foi reeditado no formato CD, foi "assassinada", de maneira irremediável, toda a arte gráfica e seus "jogos semióticos" que complementavam, de forma essencial, o "conceito" do álbum como um todo, tributo que Gessinger pagava aos seus ídolos do rock progressivo inglês.

E por falar em progressivo, "Variações Sobre Um Mesmo Tema", uma "suíte" dividida em três partes, sendo uma cantada por Licks (!) e outra instrumental, fecha, de maneira magistral, o álbum, dando pistas de um dos caminhos que os Engenheiros, movidos pela irredutível idiossincrasia de Gessinger, iriam trilhar: durante os "anos Collor", enquanto o mercado do rock nacional definhava, fazendo uso de elementos progressivos, por essência, anticomerciais, a banda se mantinha relevante comercialmente: "Rock'n'roll não é o que se pensa/ O que se pensa não é o que se faz."


1."Ouça O Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém"
2."Cidade Em Chamas"
3."Somos Quem Podemos Ser"
4."Sob O Tapete"
5."?Desde quando?"
6."Nunca Se Sabe"
7."A Verdade A Ver Navios"
8."Tribos E Tribunais"
9."Pra Entender"
10."?Quem Diria?"
11."Variações Sobre Um Mesmo Tema (Partes 1, 2 e 3)"

A mediocridade é uma Coletânea de sucessos.


Homenageio, aqui-e-agora (parafraseando Fritz Perls), um velho amigo homonimamente chamado Mateus. Não sei por onde ele anda e nem o que anda fazendo, mas eu desejo todas as coisas boas possíveis para ele. Ele costumava dizer que a “mediocridade é uma coletânea de sucessos”. Isso porque a coletânea de sucessos não traduz a criatividade mais profunda do artista; enquanto ele se lasca pra criar toda uma discografia, uma obra musical (no caso dos artistas musicais), chega um fila da puta qualquer e escolhe vinte músicas de uma obra de mais de quarenta discos desse artista para montar uma coletânea. Mais medíocre ainda seriam os ouvintes que se intitulam conhecedores e adoradores do artista quando só conhecem aquelas músicas inclusas na coletânea. Isso seria mediocridade para mim: conhecer o superficial enquanto se considera um profundo conhecedor; espalhar belos discursos e defender opiniões sobre as quais não se tem profundidade a respeito. É preciso ter o bom senso de perceber a sujeira que se torna cada vez mais os meios culturais por onde você circula, uma vez que as pessoas aprendem cada vez mais com as suas palavras superficiais. Trate de algum assunto que você conhece com profundidade e você sentirá um tratamento diferenciado das pessoas com relação a você. E ainda digo mais, sentirás isso mais intensamente quando puderes casar esse conhecimento com os valores positivos que você tem, tornando-os claros paras as pessoas. Isso porque a humanidade clama por bons exemplos - quando elas não ficam cegas por suas mediocridade, lógico. Seja profundo em assuntos interessantes e relevantes para se conversar, e dê a sua opinião sobre eles; inclua neles os seus valores positivos... enfim, seja uma Obra original, não uma Coletânea.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Jorge Ben - A Tábua de Esmeralda [1974]

Mega FLAC


Os alquimistas
Lançado há 40 anos, Tábua de Esmeralda, de Jorge Ben, é um disco-símbolo dos anos místicos da música popular brasileira

Por Cristiano Castilho na Gazeta do Povo

Jorge Ben ainda é um mistério. Quando jovem, curtia um rock. Depois, caiu na bossa e foi um dos fundadores de um novo estilo, o samba-rock, em que colocou lado a lado o banquinho, o violão e o suingue da música da Motown – Los Hermanos agradecem. Seu lado “negro”, aliás, encontra a melhor definição em Negro É Lindo, LP de 1971 que traz a poderosa “Cassius Marcellus Clay”, tributo ao boxeador Muhammad Ali.

Nos anos seguintes, as letras ufanistas e românticas o consagrariam como um músico “tipicamente” brasileiro. “Que Maravilha”, “País Tropical”, “Fio Maravilha” são dessa fase, assim como “Brasil, Eu Fico”, patriotada gravada por Wilson Simonal em plena ditadura militar. Mas em 1974 a coisa ficou mais amalucada.

Tábua de Esmeralda foi o 11.º álbum de Jorge Ben. Eleito pela revista Rolling Stone como o 6.º melhor disco brasileiro de todos os tempos, a obra marca o auge de sua fase mística. E por isso causou espanto. “Ninguém esperava do compositor um disco como aquele: uma ópera mística, espiritual e cósmica, com 12 músicas que pareciam interligadas e abordavam a história de dois alquimistas, Nicolas Flamel (1330-1418) e Paracelso (1493-1541)”, escreve André Barcinski no livro Pavões Misteriosos – 1974-1983: A Explosão da Música Pop no Brasil (Três Estrelas).

A alquimia era coisa séria para Jorge Ben. Ele chegou a estudar o assunto com um grupo que, na loucura lisérgica das décadas de 1960 e 1970, teria testemunhado a transmutação do metal em ouro. É sério: o músico contou o causo à revista Trip, em 2009. “Tinha um brasileiro, professor ou reitor de faculdade, de São Paulo, não sei se era da PUC. Junto com um grupo sul-americano de adeptos da alquimia, ele viu uma transmutação, em 1958.”

O álbum é dominado por divagações espirituais e existenciais – assim como seu correlato Paêbirú (1975), de Lula Côrtes e Zé Ramalho, este sobre elementos da natureza e lendas indígenas.“Os Alquimistas Estão Chegando”, primeira faixa, descreve o trabalho dos ditos magos. “São pacientes, assíduos e perseverantes/ executam, segundo as regras herméticas/ desde a trituração, a fixação/ a destilação e a coagulação.” Pois é.

“Namorado da Viúva” evoca Flamel e sua mulher, uma “bruxa”, enquanto “O Homem de Gravata Florida” homenageia Paracelso. Há ainda a “ativista” Zumbi, que, apesar da leveza sonora, narra a venda de escravos para os senhores de engenho. (Ah, antes de tudo. A Tábua de Esmeralda é, segundo consta, um texto escrito pelo faraó egípcio Hermes Trismegisto que deu origem à alquimia.)


Análise

Tábua de Esmeralda é prova de que havia algo na água de 1974

No álbum Tábua de Esmeralda, em termos musicais, ainda hoje se sobressaem as sofisticações nos arranjos, os corais cósmicos e a métrica ousada, que “estica sílabas e dobra vogais”, como relembra o crítico André Barcinski no livro Pavões Misteriosos.

Para além disso, o disco é samba, rock, funk e jazz, às vezes numa música só. O álbum esbanja elegância e coerência mesmo em tempos de exageros e pirações.

Gravado no mesmo ano em que Racional – Volume 1, de Tim Maia (que foi embriagado por uma cultura alternativa e messiânica), e lançado no mesmo ano em que Gita, de Raul Seixas (ocultista de carteirinha) e Pavão Mysteriozo, de Ednardo (um disco que faz uma parábola sobre a ditadura com a ajuda de procissões religiosas), Tábua de Esmeralda é a prova cabal de que existia alguma coisa naquela água de 1974.